Coleções Vivas


COLEÇÃO ARBORETO

Um arboreto é uma área destinada para o plantio e cultivo de árvores e arbustos, nativos e/ou exóticos, de várias espécies. Essas espécies são, em geral, documentadas e identificadas cientificamente. O arboreto da FJBPC pode ser encontrado em toda a sua área de visitação, e conta com espécies nativas e exóticas, arbustivas e arbóreas. É considerada a coleção viva mais antiga da Fundação, visto que os plantios começaram junto com a sua construção.

Atualmente a coleção conta com mais de 500 exemplares de espécies arbóreas, pertencentes a 60 famílias botânicas. O espaço é aberto ao público com finalidade de recreação, educação ambiental e pesquisa.

Figura: Imagens mostrando indivíduos e a composição do arboreto da Fundação Jardim Botânico, áreas de visitação livre. Autora: Daniela Nascimento.

Durante a visita monitorada ou passeio livre, as pessoas podem observar várias espécies distintas, entre elas espécies nativas ameaçadas de extinção, como a araucária (Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze), jequitibá-rosa (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze), butiá (Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc.) e o palmito-juçara (Euterpe edulis Mart.). Além de espécies que, além de ameaçadas, ajudam a contar a história do nosso país, como um jovem exemplar da espécie Paubrasilia echinata, o pau-brasil

Mesmo sendo uma coleção relativamente jovem, seus indivíduos já impressionam com seu porte e suas floradas.

Figura: Exemplares de espécies que compõem o arboreto da Fundação Jardim Botânico em fase de floração. (a) Flores de goiaba-da-serra (Feijoa sellowiana (O.Berg) O.Berg). Autor: Daniela Nascimento; (b) Exemplar florido de urucum (Bixa orellana L.). Autor: Angela Liberali; (c) Exemplar florido de pinha-do-brejo (Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng.). Autor: Daniela Nascimento; (d) Flores de ipê-amarelo-cascudo (Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos). Autor: Daniela Nascimento; (e) Flor do falso-pau-brasil (Tara spinosa (Molina) Britton & Rose). Autor: Daniela Nascimento; (f) Floração da crista-gali (Erythrina crista-galli L.). Autor: Daniela Nascimento; (g) Flor do araçá do outono (Eugenia acutata Miq.). Autor: Daniela Nascimento; (h) Flores de paineira-vermelha (Bombax ceiba L.). Autora: Daniela Nascimento.

Referências:

  • SÃO PAULO. Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística. Memórias do Instituto Florestal: Arboreto. São Paulo, 2013.

CACTÁRIO

Os cactos possuem espinhos, caule suculento que realiza fotossíntese, são especialistas em economizar água e assim, geralmente crescem em ambientes mais secos, podendo em alguns casos ser encontrados sobre árvores ou rochas de regiões úmidas e sombreadas. Ocorrem principalmente nas Américas, sendo encontrados desde as planícies costeiras até as altas montanhas. No Brasil, estão distribuídos em todos os biomas, totalizando mais de 250 espécies, sendo mais de 70% endêmicas.

Como eles vivem geralmente em regiões inóspitas, são base para a alimentação de inúmeras espécies da fauna e além disso, muito importantes para a cultura de diversas comunidades humanas, podendo ter uso etnobotânico, alimentício, medicinal, dentre outros. Entretanto, a intensa exploração para uso pessoal e comercial, a destruição dos ecossistemas onde vivem, além de seu crescimento populacional lento, fazem da família Cactaceae uma das mais ameaçadas. Assim, são necessárias ações que contribuam para sua conservação e uso sustentável, como a pesquisa científica, a educação ambiental e a preservação de seus habitats.

O Cactário da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas tem como objetivo difundir os conhecimentos sobre as cactáceas através da Educação Ambiental e do contato, para que a população aprenda sobre a importância ecológica e cultural dessa família para o Brasil. Além disso, o Cactário é parte do contexto da conservação ex situ da instituição, na modalidade de coleção viva de cactos, funcionando como banco genético.

Figura: Vista parcial do Cactário da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. Fonte: Rafael de S. M. da Silva (2023). Algumas espécies de cactos presentes no cactário da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. A: Mammillaria elongata DC.; B: Opuntia monacantha (Willd.) Haw.; C: Echinopsis oxygona (Link & Otto) Pfeiff. & Otto.; D: Aylostera fiebrigii (Gürke) Backeb. Fonte: Rafael de S. M. da Silva (A e B, 2022) e Angela L. Pinheiro (C e D, 2022).

Referências:

  • CAVALCANTE, A.; TELES, M.; MACHADO, M. Cactos do semiárido do Brasil: guia ilustrado. Campina Grande: INSA, 2013.
  • GONZAGA, D. R.; ZAPPI, D.; FURTADO, S. G.; MENINI N. L. Cactaceae na Serra Negra, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia, v. 65, p. 443-453, 2014.
  • MMA – MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da Flora Brasileira – Reconhece como espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes do Anexo I. Diário oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 de setembro de 2008.

COLEÇÃO SUCULENTAS

A coleção é composta por espécies conhecidas como “suculentas”, que possuem tecidos carnosos, engrossados ou túrgidos devido ao armazenamento de água. Essa característica é resultado de uma adaptação a sobrevivência a ambientes onde não havia água disponível constantemente. O objetivo da coleção é a conservação ex situ dessas espécies.

Figura: Algumas espécies de suculentas presentes na coleção da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. Stapelia hirsuta L. presente na coleção, popularmente conhecido como cacto-estrela. Autora: Gabriella Ribeiro.

Atualmente a coleção abriga mais de cem espécies, dentre elas, algumas ameaçadas de extinção, como a Kalanchoe daigremontiana Raym.-Hamet & H. Perrie, categorizada como “em perigo” e a Kalanchoe beharensis Drake categorizada como “vulnerável” segundo o Kew. A maioria das espécies da coleção são exóticas e possuem alto potencial ornamental.

Referências:

  • LORENZI, H.; OLSTHOORN, G.; COSTA, C. Cactos e outras suculentas para decoração. Nova Odessa, São Paulo: Jardim Botânico Plantarum. 2021.
  • POWO (2023). "Plants of the World Online. Facilitated by the Royal Botanic Gardens, Kew.

COLEÇÃO “CAMPOS DE ALTITUDE”

Os Campos de Altitude são um tipo de vegetação pertencente ao Domínio da Mata Atlântica, compostos principalmente de plantas herbáceas, como gramíneas e arbustos esparsos. Apresentam diversas espécies de plantas endêmicas, raras e ameaçadas de extinção. Ocorrem nos topos de morros e geralmente apresentam solos rasos com diversos afloramentos rochosos.

Figura: Vista parcial de fragmento de Campo de Altitude em Poços de Caldas /MG. Vista parcial da Coleção Campos de Altitude da FJBPC. Fonte: Rafael de Souza Mendes da Silva (2022).

Infelizmente, este tipo de vegetação é bastante desvalorizado e muitas vezes é confundido com simples pastagens. Além disso, os Campos de Altitude têm sido bastante prejudicados por processos como o crescimento urbano, a silvicultura, mineração, invasão por espécies de plantas e animais exóticos, dentre outros.

Devido a este problema, a Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas desenvolveu um projeto de uma coleção com plantas nativas de Campos de Altitude com o objetivo de conservação ex situ das espécies, educação ambiental e pesquisa científica. O projeto iniciou-se no ano de 2020 e já apresenta cerca de 100 espécies, distribuídas ao longo de canteiros e afloramentos rochosos.

Referências:

  • SILVA, R. S. M.; PINHEIRO, A. L.; PEREIRA, F. N.; BRAGA, J. P. L.; RABELO, M. A.; CANEDO-JÚNIOR, E. O. (submetido). Alterações do uso e cobertura do solo em áreas de Campo de Altitude no perímetro urbano do município de Poços de Caldas/MG entre os anos 2007 e 2020. Revista Espinhaço.

COLEÇÃO “PEDRA BRANCA”

A Serra da Mantiqueira destaca-se como um dos principais núcleos da Mata Atlântica devido a sua riqueza geológica, faunística e florística. Inserido na Serra da Mantiqueira, no município de Caldas, encontra-se o Parque Natural Municipal da Pedra Branca “André Regnell”, uma unidade de conservação de proteção integral. Este parque foi criado com o intuito de orientar o uso e ocupação do solo, visto que a região sofre constante ação antrópica vinculada a mineração, turismo desordenado, prática do esporte motocross e utilização de áreas de vegetação nativa para pastagem.

Figura: Vista parcial do Parque Natural Municipal da Pedra Branca “André Regnell” em Caldas/MG. Fonte: Rafael de S. M. da Silva (2022). Vista parcial da Coleção “Pedra Branca” da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. Fonte: Rafael de S. M. da Silva (2022). Indivíduo da espécie Alstroemeria variegata (M.C.Assis) presente na Coleção “Pedra Branca” da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. Fonte: Rafael de S. M. da Silva (2022).

O parque possui 122,19 ha de área, com altitudes que variam entre 1150 e 1840 m, sendo composto por um complexo mosaico de tipos de vegetação. Dentre elas destacam-se: a Floresta Estacional Semidecidual Montana; a Floresta Estacional Semidecidual Altomontana e os Campos de Altitude que apresentam afloramentos rochosos com espécies restritas e endêmicas. A vegetação original dos Campos foi bastante suprimida e apresenta sinais de antropização, como o avanço de gramíneas exóticas invasoras.

 Diante disso, a Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas (FJBPC), em um século que se amplia a responsabilidade pela manutenção de recursos genéticos, procura adotar projetos com o objetivo de contribuir para a conservação da diversidade florística em sua área de atuação, que inclui o Parque Natural Municipal da Pedra Branca “André Regnell”.

Assim, a FJBPC criou a Coleção “Pedra Branca”, que tem como seu objetivo principal realizar a conservação ex situ de espécies do parque. A introdução de espécies na coleção se dá através do resgate de plantas e mudas produzidas a partir de sementes coletadas no parque. Através deste projeto a FJBPC pretende contribuir com a proteção, manutenção e futura propagação de espécies que sofrem com o risco de supressão devido às recorrentes ações humanas.

Referências:

  • CALDAS. Lei n° 2.431 de 27 de julho de 2021. “Modifica os efeitos do Decreto Municipal 326/1988 [...]. Caldas: Diário Oficial Municipal de Caldas/MG, 2021.
  • MONTEIRO, J. A. V. Conservação ex situ de espécies ameaçadas da flora brasileira: a contribuição do Jardim Botânico Plantarum. 2015. Tese de Mestrado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.
  • REZENDE, M. G. D.; ELIAS, R. C. L.; SALIMENA, F. R. G.; MENINI, L. Flora vascular da Serra da Pedra Branca, Caldas, Minas Gerais e relações florísticas com áreas de altitude da Região Sudeste do Brasil. Biota Neotropica, v. 13, p. 201-224, 2013.
  • ROSA, A. E. M.; MONTEIRO, R. Diversidade de Bromeliaceae na APA Santuário Ecológico da Pedra Branca, Caldas, MG. Revista Agrogeoambiental, 2014.

COLEÇÃO ETNOBOTÂNICA

O termo etnobotânica foi usado formalmente em 1895, pelo americano J. W. Harshberger, e dentre as inúmeras definições que recebeu, pode-se resumi-lo no “estudo das inter-relações entre os povos primitivos e as plantas, envolvendo o fator cultural e sua interpretação”.

A utilização das plantas pelo homem para suprir as suas necessidades básicas vem desde os primórdios da humanidade, o homem primitivo dependia principalmente da utilização das plantas para curar-se. Acredita-se que foi a partir de observações e tentativas que o homem foi descobrindo as virtudes das plantas. Esses conhecimentos e informações foram se acumulando, e passados de geração para geração, pelas sociedades em que estavam inseridos.

Com o decorrer da história das civilizações, as invasões para conquista de territórios, o avanço da colonização europeia e processos de imigração, houve a mistura desses pacotes de informações culturais. Porém, a imposição dos costumes europeus e/ou pelos seus conquistadores alteraram as realidades socioculturais e econômicas das comunidades nativas, fazendo com que muitos conhecimentos sobre a utilização das plantas medicinais se perdessem com o tempo.

No Brasil as raízes desses conhecimentos são de tribos indígenas nativas e dos povos africanos, que foram trazidos e escravizados para o país até o fim do século XIX, mas esses conhecimentos que foram passados a seus descendentes estão desaparecendo, por imposição de hábitos culturais importados de outros países.

A Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas, possui entre as suas coleções vivas, a “Coleção Etnobotânica”, que teve início em 2017, composta por espécies botânicas que possuem algum fim fitoterápico, terapêutico (medicinal), litúrgico, artístico e/ou culinário. Seu objetivo é a conservação ex situ das espécies, principalmente as espécies da etnobotânica do Planalto de Poços de Caldas.

Figura: Coleção Etnobotânica da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas; (a) Área da FJBPC, onde mostra a disposição dos canteiros da Coleção Etnobotânica. Autor: Aldeia Criativa; (b, c, d, e, f) Canteiros de plantas etnobotânicas da FJBPC. Autor: Daniela Nascimento.

Figura: Flores e frutos de algumas espécies que compõem a Coleção Etnobotânica da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas. (a) Flores de trombeteira - Brugmansia suaveolens (Willd.) Sweet. Autor: Angela Liberali; (b) Flores de equinácea - Echinacea purpurea (L.) Moench. Autor: Angela Liberali; (c) Flores de camomila - Matricaria chamomilla L.. Autor: Daniela Nascimento; (d) Frutos de gargatá - Bromelia antiacantha Bertol.. Autor: Banco de imagens FJBPC; (e) Flores de margarida - Leucanthemum vulgare Lam. Autor: Daniela Nascimento.

A coleção, isolada ou em conjunto com a “Casa de Cultura Caipira”, é uma importante ferramenta de educação ambiental de resgate do conhecimento tradicional, e também tem papel fundamental na retomada e introdução de diversas culturas e valores que fazem uso dessas plantas. Desta forma, a etnobotânica não serve apenas como ferramenta para resgatar o conhecimento tradicional, mas também é importante no resgate dos próprios valores das culturas em que entra em contato.   

Referências:

  • AMOROZO, M. C. M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DI STASI, L. D. (Org.). Plantas medicinais: arte e ciência – um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo: Editora da Unesp, 1996. p. 47-68.
  • JORGE, S. S. A.; MORAIS, R. G. Etnobotânica de Plantas Medicinais.
  • SANTOS, B. M.; ROSITO, J. M. Uso de plantas medicinais como instrumento de conscientização: responsabilidade social e ambiental. Revista Monografias Ambientais, [S. l.], v. 7, n. 7, p. 1478–1491, 2012. DOI: 10.5902/223613085044.
  • ALMEIDA, MZ. Plantas Medicinais [online]. 3rd ed. Salvador: EDUFBA, 2011, 221 p. ISBN 978-85-232-1216-2.
  • ARGENTA, S. C.; ARGENTA, L. C.; GIACOMELLI, S. R.; CEZAROTTO, V. S. Plantas medicinais: Cultura Popular versus Ciência. Vivências. Vol.7, N.12: p.51-60, 2011.
  • AMOROZO, M. C. M. Uso e Diversidade de Plantas Medicinais em Santo Antônio do Leverger, Mt, Brasil. Acta Botânica Basilica. Rio Claro – SP, v. 16, n. 2, p. 189-203, 2002.
  • PLAZAS, I. V. C.; SCIPIONI, C. A.; PAULA, A. Etnobotânica na Escola: Identificação e o Uso Tradicional de Plantas. Seminário de Extensão, UESB – Campus Vitória da Conquista, 2017.

ESTUFA DE BONSAI

A Estufa de Bonsais da Fundação Jardim Botânico de Poços de Caldas, possui em seu interior um jardim japonês, inaugurado no ano de 2020, com o intuito de constituir um paisagismo inspirado na cultura japonesa para a exposição dos exemplares de bonsai da fundação. A estrutura conta com uma cascata, lago ornamental, ponte, lanterna japonesa e diversas plantas que carregam um significado, como, o bordo (Acer palmatum Thunb.), e a cerejeira (Prunus serrulata Lindl.).

Figura: Jardim Japonês presente na Estufa de Bonsais. Parte dos bonsais em exibição. Detalhe de um dos bonsais em exibição. Fonte: Rafael de S. M. da Silva.

A coleção de bonsai é exibida sobre rochas de demolição, em um circuito circular, apresentando espécies nativas e exóticas, com diferentes idades e tempos de formação. São algumas espécies de bonsai da coleção: oliveira (Olea europaea L.), serissa (Serissa japonica (Thunb.) Thunb.), jabuticaba (Plinia peruviana (Poir.) Govaerts), primavera (Bougainvillea spectabilis Willd.), dentre outras.

Os bonsais demandam constante manutenção para que permaneçam em sua forma. O manejo dessas plantas é realizado através de podas, que têm função estética, estrutural e restauradora, aramações, que estilizam os galhos através de arames de cobre, e a adubação, importante para o enraizamento, brotação de novos ramos, floração e produção de frutos, além do aporte de nutrientes que são lixiviados com a água.

Referências:

  • CHADDAD-JUNIOR, J. Bonsai: miniaturização de plantas. Série Produtor Rural, Ed. Especial. Piracicaba: ESALQ - USP, 1999.

ORQUIDÁRIO

A Estufa Orquidário é composta, em sua maioria, por espécies da família Orchidaceae, entretanto também estão presentes, Bromeliaceae, Araceae, Marantaceae, entre outras, que fazem parte da coleção botânica. As orquídeas são consideradas o maior grupo de plantas vasculares, possuem aproximadamente 20.000 espécies distribuídas por todo o globo terrestre e estão presentes entre os grupos sob intensa ameaça devido a ação antrópica. Atualmente a estufa abriga mais de 60 espécies desta família botânica, dentre elas, algumas ameaçadas de extinção, como por exemplo, Cattleya walkeriana Gardner., Isabelia virginalis Barb.Rodr. e Octomeria geraensis Barb.Rodr. categorizadas como Vulnerável - VU, segundo a IUCN.

Dentre as diferentes famílias botânicas que compõem uma estrutura florística equilibrada, as orquídeas desempenham o papel de bioindicadores - devido a ocupação de nichos especializados, são sensíveis as primeiras interferências em um habitat (sejam elas climáticas ou antrópicas). Já as bromélias representam grande parte da biodiversidade botânica na faixa tropical do continente americano, gerando a curiosidade dos visitantes por conta do acúmulo de água em sua roseta foliar e podendo servir de moradia para várias espécies da fauna. Por fim, as famílias Araceae e Marantaceae são muito utilizadas para fins ornamentais por suas exuberantes folhagens, proporcionando assim, belos canteiros.

Figura: Isabelia virginalis Barb. Rodr.; Cattleya mantiqueirae (Fowlie) Van den Berg; Coelogyne cristata Lindl.; Isochilus linearis (Jacq.) R.Br.. Visão geral do orquidário. Fonte: Ana Júlia G. Moraes.

Referências:

  • MARRARA, M., BRESCANSIN, R. L., ZAMBOM, R. I., GAGLIARDO, V. C., DE MORAES, C. P., JUNIOR, O. R. Florística da família Orchidaceae em fragmento florestal semidecidual da fazenda montevideo, município de Araras, SP, Brasil. In: Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Congresso de Ecologia do Brasil, 2007.
  • Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, vol. 5. ISBN 978-85-7523-056-5 (online) Wanderley, M.G.L. & Martins, S.E. (coords.) 2007. Bromeliaceae In: Melhem, T.S., Wanderley, M.G.L., Martins, S.E., Jung-Mendaçolli, S.L., Shepherd, G.J., Kirizawa, M. (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Instituto de Botânica, São Paulo, v.5, p.39-162.
  • NUSBAUMER, L., M. R. V. BARBOSA, W. W. THOMAS, M. V. ALVES, P.-A. LOIZEAU& R. SPINCHIGER. 2015. Flora e vegetação da Reserva Biológica de Pedra Talhada. In : Studer, A., L. Nusbaumer & R. Spichiger (Eds.). Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada (Alagoas, Pernambuco - Brasil). Boissiera 68: 59-121. 

ESTUFA SAMAMBAIA

A Estufa de Samambaias representa um acervo dos grupos das monilófitas (samambaias) e licófitas, sendo considerados fósseis vivos do planeta, o grupo possui grande importância ecológica, são capazes de realizar a manutenção da umidade no interior da floresta, absorvendo água por suas raízes densas e distribuindo ao solo e ar, contribuindo assim para o desenvolvimento da micro e macro fauna e do equilíbrio ecológico do ambiente.

Sua reprodução baseia-se pela proliferação dos esporos e necessidade de água para que aconteça, devido a isso, a estufa possui um clima quente e úmido. A coleção conta com mais de 20 famílias botânicas distintas identificadas, sendo Polypodiaceae, Piperaceae e Pteridaceae as famílias com maior quantidade de representantes e mais de 30 espécies distintas, dentre as quais, estão presentes, Adiantum capillus-veneris L., popularmente conhecida como avenca, Doryopteris nobilis (T.Moore) J. Sm. ex C. Chr. e Dicksonia sellowiana Hook. (Xaxim) com grau de ameaça avaliado como Em perigo-EN, de acordo com a IUCN, devido a exploração desenfreada na década de 90 para construção de vasos. Em 2001, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) proibiu a extração e exploração da espécie, entretanto, é baixa a taxa de recuperação de seu habitat natural.

Figura: Pleopeltis hirsutissima (Raddi) de la Sota; Asplenium nidus L.; Lophosoria quadripinnata (J. F. Gmel.) C. Chr.; Elaphoglossum burchellii (Baker) C.Chr. Visão geral da estufa. Fonte: Ana Júlia G. Moraes.

Referências:

  • Samambaias e Licófitas in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
  • BAILONE, K, Y. Ameaçado de extinção, o xaxim tem sua industrialização e comercialização proibida há dez anos. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), 2014.

ESTUFA TROPICAL

A Estufa Tropical, recebe esse nome por abrigar diferentes espécies compreendidas em regiões de clima quente e úmido, a coleção conta com mais de 35 espécies nativas da Mata Atlântica pertencentes a 24 famílias identificadas como por exemplo, Bromeliaceae, Gesneriaceae, Araceae e Pteridaceae. Dentre as espécies, algumas possuem categoria de ameaça segundo a IUCN, a exemplo: Dyckia distachya Hassl. (CR - Criticamente ameaçada), Sinningia striata (Fritsch) Chautems (VU - Vulnerável), Philodendron spiritus-sancti G.S.Bunting e Cheilanthes regnelliana Mett. (EN - Em perigo). 

Embora as florestas tropicais ocupem apenas 7% do território global, é responsável por abrigar 50% dos organismos vivos da Terra e estima-se que apenas 20% de todas as espécies no mundo foram descobertas. Devido a isso, a conservação desses indivíduos torna-se imprescindível para perpetuação dos mesmos.

Figura: Wallisia cyanea Barfuss & W. Till; Sinningia allagophylla (Mart.) Wiehler; Philodendron spiritus-sancti G.S.Bunting e Cheilanthes regnelliana Mett. Visão geral da estufa. Fonte: Ana Júlia G. Moraes.

Referências:

  • VILAÇA, J. Plantas Tropicais: guia prático para o novo paisagismo brasileiro. 1 ed. São Paulo: Nobel, 2015.


Horário de Funcionamento

De segunda a sexta-feira, das 08h00 às 15h00.

Horário de visitação

De terça a sexta-feira, das 09h00 às 14h30.

Endereço

R. Paulo de Oliveira, n° 320, Parque Veu das Noivas, Poços de Caldas - MG